quinta-feira, 31 de março de 2011

A sério?

Hugo Chávez, líder venezuelano em exercício que é uma espécie de cruzamento entre Che Guevara e Paulo Portas, e que tem a felicidade de ser muito bom amigo de José Sócrates, não esquecer esse pormenor, recebeu, ontem, na Argentina, o prémio Rodolfo Walsh para a liberdade de imprensa atribuído pela escola de jornalismo da Universidade de La Plata. Os motivos para essa meressidissima distinção são tão simples, tão óbvios, tão justos, que eu, por causa de uma maleita que me turvava a visão, e não me permitia descortinar o pioneirismo das suas medidas anti-imperialistas e pró-povo, estou neste exacto momento a fustigar-me violentamente com uma data de chibatadas que me rasgam os músculos das costas, uma por cada ano da presidência do Sr. Chávez. Estamos a falar de um homem que encetou uma verdadeira cruzada mediática, em nome de valores democráticos como a liberdade de expressão, e o acesso livre à informação independente por parte do povo venezuelano, contra a censura e monopólio das redes de comunicação privadas que se recusavam a transmitir os seus discursos propangadistas, ou a partilhar o seu pensamento político, alterando os regulamentos pelas quais estas se regiam com o objectivo de as encerrar e enterrar bem enterradas, um salutar avanço civilizacional a meu ver.

Tal distinção só perca por tardia.

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