quarta-feira, 6 de abril de 2011

Deus e a crueldade

Uma professora (idealista, prestável, atenciosa) uma vez disse, com uma resignação cansada, a um aluno (destroçado, incauto, e indiferente a uma vida escolar que ele abjurava) que Deus fora cruel ao dar uma enorme inteligência a alguém sem juízo e sem motivação.

Para ela, penso, não era uma abominação que uma inteligência elevada tivesse sido dada a alguém que não se servia das suas capacidades intelectuais; a premissa da sua crítica assentava no facto de este, sendo o seu recipiente e estando ciente delas, não ter nem a classe, nem a vontade, para as aproveitar em todo o seu esplendor e glória (tanto a nível pessoal como colectivo).

Para mim, tal crítica tem mais a ver com o carácter ocioso de Deus do que com a inconsciência do rapaz em questão.

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